sonhos de insônia - 3:40 AM

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escrever... para que escrever afinal... fecho os olhos e decifro nos dedos os murmúrios que ecoam por detrás das cortinas e dos cenários dramáticos dos meus sonhos... abro os olhos. fragmentos de algum documentário antigo me sopram os ouvidos...(...) Acredite se quiser! 60% da comunicação entre seres humanos é feita pela linguagem corporal, e dos outros 40%, ¾ dependem do nosso tom de voz, de modo que finalmente apenas 10% da comunicação humana depende das palavras! não é (...)”... palavras... toscas.

memórias... dor e prazer... sempre tão presentes em meu passado, opacos e meio transparentes, como fantasmas... ou fumaça... meio que um tantofaz mutante e indistinto. dores que somam-se a outras dores também repele-a as vezes, substituem-nas, como paixões. amar como sofrer... não existem marcos ou fronteiras – não existem limites.

pensamentos que não me deixam dormir... lembranças, hipóteses, sonhos de insônia... a maldita esperança! estúpida, amarga, sádica e arrogante luz ofuscante que me cega. odiada esperança que me conduz novamente, madrugada após madrugada a este buraco. ódio... raiva... indignação... nada sequer arranha esta condição de ‘à deriva’ que me prende nesse ‘meio dormindo acordado’ nesses pesadelo de realidade imaginada. indefesa. cega... surda... imóvel... apenas minha boca que continua a dizer bobagens, amenidades que não me interessam, risos nervosos e...

desvio o olhar. mudo de assunto. fujo. sorrio. digo algo engraçado... mas os pensamentos estarão lá... os sentimentos estarão lá... mas não eu. não há espaço para mim entre todo os outros rostos estranhos que eu não conheço, e que pensam que me conhecem. não mais. nunca mais.

e eu? sou só uma estranha louca que não enxerga corretamente, que não pensa corretamente, que não sente e nem age corretamente. que não tem intimidade suficiente nem consigo mesmo, sendo incapaz de escrever algo ou dizer algo com sentido. isso porque eu sou apenas e inteiramente aquela parte ruim de mim, isso que me torna quem eu sou. Como um problema, um defeito, uma imperfeição, uma rachadura, uma falha. muitas vezes um incomodo para aqueles que eu gosto, aqueles que eu amo ou que odeio - ou os dois.

sou um incomodo para mim mesma... como uma dor que soma e repele, hora juntando tudo em um estopim em forma de tornado dentro da minha cabeça, hora expulsando até a ultima gota de alternativa e, fazendo-se a única, e preenchendo cada buraquinho dentro de mim... como uma dor... como um amor... como uma lágrima fantasma antes do amanhecer... tão sempre, que já nem se ouve mais, que nem se sente mais.
 

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"I see all this potential, and I see squandering.
God damn it, an entire generation pumping gas,
waiting tables; slaves with white collars.
Advertising has us chasing cars and clothes,
working jobs we hate so we can buy shit we don't need.

We're the middle children of history, man.
No purpose or place.
We have no Great War. No Great Depression.

Our Great War's a spiritual war

...our Great Depression is our lives.

We've all been raised on television
to believe that one day we'd all be millionaires,
and movie gods, and rock stars.
But we won't.

And we're slowly learning that fact.
And we're very,

very pissed off. "
 

to be continued...

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"Não.

Não porque não!

Para que tanta balburdia?
Para que este escândalo?
Já disse que não,
e é não.
Não há discutição,
nem argumentação.
Não resista,
não pense,
não fale.
Não me interessa.
NÃO
E ponto final."





...
 

Sobre a janela

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Aquele ali é um esquilo, só isso. Não é um esquilo especial, ele não passa de mais um qualquer dentre os muitos que eventualmente perambulam por aí a fora no quintal da casa. Eu fico dentro da casa, não tenho certeza se eles sabem que os observo.
Os esquilos não ficam muito tempo no mesmo lugar, mas desta janela tenho uma visão privilegiada do quintal, por isso na maior parte das vezes posso ver onde estão, entretanto nunca um esquilo demonstrou ter consciência sobre minha presença. Eu não me escondo, fico sempre neste mesmo lugar parado observando-os sem me preocupar, mas ainda assim nenhum deles jamais cruzou seus olhinhos negros e ansiosos com os meus, nunca. De uns tempos para cá comecei a pensar que talvez não tenham a capacidade de enxergar através do vidro.

Me perco as vezes em pensamentos durante minha vigília, em reflexões sobre seus olhos e suas ocultas ânsias, na incógnita força que os impulsiona em suas atividades rotineiras e cansativas, sempre com tanta inquietação, quase histéricos. Já houve vez em que me vi também histérico de tanto olhá-los. Definitivamente não são inteligentes. Ainda assim me distraio com diálogos imaginários, conversas e debates sobre principalmente o que os inspira e suas resoluções a respeito da vida que levam, até que finalmente me dou conta do meu absurdo e me calo envergonhado.

Deveria sair, deveria conversar com os esquilos cara a cara, deveria tentar entender o que tanto me fascina. Como gato, a resposta para essa pergunta certamente seria meu espírito predador, arquitetando a emboscada, observando a presa. Antes fosse algo simples assim, não haveria razão para tanta vergonha. Mas a verdade é que nunca poderia matá-los, nunca poderia feri-los nem mesmo pensar neles como presas. Eles me fascinam. A verdade e a vergonha, senhores, é que eles me seduzem.

Torturo-me com esta constatação a semanas, pois o por quê, a razão deste sentimento absurdo me é completamente desconhecida, e maior que minha ilógica paixão apenas o martírio gerado por esta ausência de respostas; Como o destino pode me pregar uma peça tão doentia? Como explicar este sentimento que me sentencia a passar minhas tardes neste parapeito, nesta prisão que eu tanto amo quanto abomino? Como pode tanto ódio e repulsa que este ultraje me proporciona recair, não sobre os verdadeiros culpados, mas sobre mim mesmo, pobre vítima desta loucura?!

Eu sou incapaz de odiá-los, incompetente em qualquer outro sentimento que não este absurdo amor que me humilha perante minha própria razão. Não tenho como lutar. Meu orgulho em pedaços, meu bom senso, tudo o que restava de mim agora não passam de fantasmas abafados atrás de uma janela de vidro, que meus olhos marejados não conseguem mais ultrapassar.
 

Sobre a sua petulância

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Petulância:
"qualidade do que é petulante;
imodéstia;
insolência;
ousadia;
descaramento."

Mas que droga, você sabe que eles tem razão! Mas o que você pode fazer a respeito afinal? Ser mais humilde? Modesto? Bah! Para mim isso é hipocrisia! E se tem uma coisa que você odeia é isso, hipocrisia, esse lixo social que eles criaram para viver em paz uns com os outros. Porque eles simplesmente não podem aceitar que sempre vai existir alguém melhor e mais capaz que eles em tudo? Se o fizessem a hipocrisia não seria mais necessária.

"Eu sei que sou mais esperto que você, você sabe que eu sou mais esperto que você e todo mundo sabe disso" você diria para o idiota "E todo mundo sabe que você é mais rápido que eu, eu sei disso, você sabe disso e eu não vou fingir que não tenho consciência das minhas qualidades só para que você tenha ilusão de que somos iguais."

Eu realmente sinto muito se isso desagrada à maioria deles, mas é assim que você pensa. Acho que talvez esse seja outro aspecto da sua petulância; sua ousadia em pensar dessa maneira arrogante, nisso devo concordar que eles até tem certa razão a seu respeito, mas a única coisa que eu não entendo, e imagino que você também não é que mau há nisso afinal. Quero dizer, eles também tem princípios certo? Mas enquanto eles coincidiam com os princípios de todos os outros tudo estava bem, contudo ao passo que algo se mostra diferente, se impõem aos demais se recusando a dobrar, aí eles a chamam de petulante. Então, se o mundo abandonasse essa maldita democracia, não seria justo você acusar o Papa de petulante também? Afinal ele se mostra tão certo do que diz sem nem ao menos possuir provas concretas, apenas sua petulância em se considerar apto a ditar o que é e o que não é verdade.

Certo, estou exagerando agora não estou? Perdoe-me, mas acredito que só nos falta mais um aspecto da petulância para analisarmos; aquele que impede que, de acordo com os sentidos dessa palavra, qualquer coisa tenha sido fruto de algo mais, que não fosse a pura petulância dos outros. Pombas! Como poderia algo ter sido realizado neste mundo sem que alguém se atrevesse a imaginá-lo antes? Não poderiam eles, ousarem possuir um pingo de individualidade sem que isso fosse apontado como certa arrogância de sua parte. A menos que todos sejam maquinas de lavar eu os acuzo de petulantes.

Alguém por favor peça desculpas ao Papa, mas é assim que eu penso.
 

Prova de literatura : resposta...

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3-)Nós jovens vamos para a escola aprender o que a sociedade considera útil - logo importante - que saibamos para que assim possamos nos integrar a ela como bons cidadãos úteis aos seus interesses. Aparentemente a sociedade atual não considera útil que seus novos cidadãos tomem conhecimento das outras culturas que a originaram, e salvo apenas algumas questões morais e éticas do aprendizado, de fato não é, visto que o interesse principal dessa sociedade é especificamente o poder; Tudo gira em torno de se adquirir o domínio do mercado internacional, da industria, de novas tecnologia, do mercado de trabalho, de um lugar cada vez maior e maior dentro do espaço limitado onde habitamos: O mundo.

Mas apesar disso sabemos que nem sempre foi assim, sabemos que em algum lugar bem distante de nós já existiram outros povos, outra sociedade com outros princípios e costumes. E uma história bem diferente. e por mais que tentemos não enxergar, essa história ainda não acabou, povos indígenas e negros ainda lutam para manter sua cultura viva, e por seu espaço neste mundo que tornamos a cada ano menor.



Pessoalmente, eu não me dou muito bem com as idéias patrióticas da sociedade em que vivemos, mas ainda assim acho que todos, dos governantes ais cidadãos úteis e ativos deveriam entender que antes de brasileiros, brancos, negros ou índios, pobres ou ricos, homens ou mulheres, nós somos seres humanos, e que antes de sermos uma sociedade, um povo ou uma nação, somos uma raça, e que é dessa mentalidade que nossa raça precisa desesperadamente para se salvar dessa auto-mutilação que está acontecendo.