Gotas de pera

Category: By m.regina
(Eu não me lembro mais como dar títulos as coisas. É difícil pois escrever me equilibra. Mas eu não devo, necessariamente nem preciso, eu só quero. E isso é uma declaração mais responsável.
Adorava escrever das coisas pequenas quando elas pareciam grandes para mim, são as coisas que mais gosto de reler, já que é só o que faço ultimamente. Me sentia, nem me lembro como mas sim sentia a mim. E agora eu só sinto um pouco por tudo, não sei nem se me desculpo. Ou isso ou nada mais, como o seco vazio. Das coisas, agora que tudo parece pequeno, tudo tão pequeno!)


Um filete agudo de água.

Preciso de uma música, uma onda sonora. Um ritmo para rodar a vida adiante,
não necessariamente música, preciso de um espírito. Uma primeira vez de sopro nas velas. Uma inauguração da vontade! Risos de quem sabe como é dançar. "te basta fechar os olhos" Mas era evidente que, depois de tudo que já aconteceu na história, eu que passaria a vida toda com um mesmo tom de voz, um mesmo timbre de interrogação. A nota das minhas perguntas, me cansaria de ouvir. Eu ainda as vejo verdes e bem prezas aos galhos, longe do chão. Longe das mãozinhas das crianças prezas a terra, sob as sombras das arvores.
E um texto parece amadurecer a resposta, tomba-las para baixo e crescer! Amadurecer as crianças, cresce-las para o céu e alcançar idéias. E é por isso que eu preciso voltar, preciso voltar para os bosques papai! Eu só quero, sempre quis o mesmo!

Que chova.

Se chover as frutas todas caem a terra brota e as crianças crescem. E eu estou com uma sede terrível! Por isso nem notei quando foi que parei de cantar, e agora não sei como dar título ao que restou na minha garganta, e nem mesmo quero.
Só quero que chova! Chova as peras como lágrimas no chão, choro das arvores que pingue entre as suas raizes e terra. Para ter as idéias e as frutas, alcançar os galhos e os textos com a chuva escorrendo os meus dedos! Sei que não preciso, necessariamente não devo.
Mas eu quero tanto!