Canivete Branco
Enfim.
Você termina o primeiro parágrafo e pensa um pouco sobre o fato do texto estar escrito em segunda pessoa, mas isso não importa.
(Simplesmente não o faz)
Então certo.
E agora?
Agora o texto deixa de ser algo tão estranho e começa a ser em 1ª pessoa, você então imagina a pessoa que esteve escrevendo esse texto por dois segundos, você poderia ser ela...
(Por dois segundos e por dois segundos você foi)
...assim como acontece em todas as histórias em 1ª pessoa.
(Contanto que alguém já as tenha lido.)
Agora que você é a personagem da sua história - mas não tão sua porque ela já foi escrita e não tem nada que você possa fazer a respeito.
(Alem de parar de ler)
São seis e quinze da manhã de uma quinta-feira. Você não abre os olhos mais sabe que já são seis e quinze da maldita quinta-feira...
(malditos sejam todos os malditos dias que se recusam a ser feriados/fins de semana.)
Mas nada é tão ruim quanto parece, você até que sente um gostinho em acordar cedo, em ver o sol nascer pelo vidro do carro, em acordar e em seguida arrumar o material ouvindo "Antena 1", em ser acordada pelo gato pulando na sua barriga... Mas antes que você consiga enxergar o lado bom de ir para a escola, você chega na escola. Você caminha pelo anti- corredor central ouvindo a trilha sonora de Amelie Poulain.
São sete horas.
Você sobe a pequena escada até o corredor do colegial, chegando lá observa por alguns instantes as pessoas sentadas do lado de fora das salas.
Depois de esperar um pouco a monitora chega para abrir a porta. Você entra, coloca seu material em alguma das duas carteiras que você eventualmente senta, e espera. As pessoas vão chegando, as luzes ainda apagadas, e aos poucos vão transformando o mundo a sua volta, como se fossem o sol nascendo, e você se sente como um morcego por alguns instantes. Mas depois de alguns segundos isso não passara de mais um elemento qualquer do cenário escolar.
E o sinal toca, e a aula começa.
ass.:Lie Rx.